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Perguntas Artes
João Pedro

  1. O que você sabe sobre os Cadiuéu ou Kadiueu?R)Os índios Cadiuéu ou Kadiuéu são descendentes dos famosos Mbaya-Guaicurus,  "Índios Cavalheiros do Pantanal",  famosos no passado por terem sido excelentes guerreiros
  2. Fale sobre seu trabalho com o barro.R)Os Cadiuéu são muito admirados pelo excelente trabalho que realizam com o barro, principalmente no que se refere à decoração das peças. Aplicam desenhos geométricos com  cores fortes - preto, vermelho, ocre, amarelo, branco, verde etc.
  3. Como eles conseguem as cores que usam nas pinturas de suas peças de cerâmica? Fale sobre elas?R)Os corantes utilizados são naturais: minerais e vegetais da região.
  4. Até onde chegou a fama dos grafismos dos índios Cadiuéu?R)Os desenhos gráficos dos Cadiuéu influenciam bastante os trabalhos de estilistas, pintores e outros artistas de Mato Grosso do Sul.
  5. Como é atualmente o artesanato Terena?R)  A alternativa atual do artesanato Terena, como meio de subsistência, se dá, principalmente, através do barro, da palha, da tecelagem - atividades que representam um nítido resgate de sua arte ancestral indígena.
  6. Quais são as regras das mulheres terenas quando vão trabalhar com a cerâmica?R)1. Em dia que se vai fazer cerâmica não se vai para a cozinha. Interdito com base que: “o sal é inimigo do barro”.
    2. Não trabalham com barro quando estão mestruadas.
    3. Não trabalham durante a lua nova.
  7. Como é o grafismo dos índios terena?R)Os padrões dos grafismos usados pelos Terena são basicamente o estilo floral, pontilhados, tracejados, espiralados e ondulados.
  8. O que você sabe sobre Lídia Baís?R)Lídia Baís viveu entre 1901 e 1985. Seu pai, Bernardo Franco Baís, foi um dos fundadores da cidade e comerciante de sucesso. Após passar por vários internatos, a moça acabou indo morar no Rio de Janeiro para estudar pintura com Henrique Bernadelli, em 1926. No ano seguinte, fez uma viagem com o tio Vespasiano Martins para a Europa e entrou em contato com o surrealismo. Além disso, foi colega do pintor Ismael Nery durante uma temporada européia entre 1927 e 1928. Após o verdadeiro petardo cultural a que foi submetida, Lídia retornou ao Rio de Janeiro, estudou com os irmãos Bernardelli e fez estágio na Escola Nacional de Belas Artes com Oswaldo Teixeira. Em 1930, a família a obriga a retornar a Campo Grande, então uma cidade de 25 mil habitantes. Nesta época troca correspondências com o poeta Murilo Mendes, que lhe passa um pito na última das cinco cartas encontradas. “É preciso que você abandone completamente as fórmulas antigas, que de nada lhe adiantarão”, ordenava o poeta.
  9. Qual é o tema principal de Humberto Espíndola?R)Bovinocultura


Jorapino
João Pedro

Nascido em Corumbá, em 24 de novembro de 1937, José Ramão Pinto de Moraes, o Jorapimo (fusão das duas primeiras letras de cada nome do pintor), começou a pintar aos 14 anos inspirado pelas embalagens de medicamentos que traziam obras de grandes artistas como Van Gogh e Cândido Portinari. Aos 20 anos, decidiu mudar de cidade.
      Foi morar em Campinas - São Paulo e depois no Rio de Janeiro. Em uma entrevista ao Diário, o artista lembrou que o reconhecimento de sua arte ocorreu em virtude de sua ousadia pessoal. "Eu estava em um café de Campinas e ouvi dois americanos conversando sobre a abertura do Centro Cultural Brasil - Estados Unidos. Eles debatiam sobre potenciais atrações para o espaço. Pedi licença, entrei na conversa e propus uma exposição de artes. Foi um sucesso”, relembrou. Assim, Jorapimo divulgou seu trabalho e ganhou reconhecimento internacional.
      O artista ganhou reconhecimento por retratar a rotina do homem pantaneiro e as belezas naturais do Mato Grosso do Sul. Sua arte, ligada ao impressionismo, é marcada por traços singulares e fortes. Mesmo tendo passado um bom tempo fora de Corumbá, suas obras sempre retrataram o Pantanal e o amor por sua terra natal. “Quando percebi que meu trabalho era conhecido pelas pessoas mesmo sem a assinatura, vi que tinha valor. Assim fiz minha primeira exposição profissional em Corumbá em 1964”, contou.
      Jorapimo foi pioneiro da pintura moderna em Mato Grosso do Sul e um dos fundadores da AMA – Associação Mato-grossense de Artes. Participou de exposições em grandes centros do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e também em cidades do Japão, Bolívia, Colômbia, Alemanha e Estados Unidos. O artista plástico morreu na manhã deste domingo, 22 de novembro. Ele estava internado no Hospital Universitário de Campo Grande e faleceu por volta das 06h40. Jorapimo lutava contra problemas renais e um câncer.


Lídia Bais
João Pedro

Nascida no dia 22 de abril de 1900, Lídia Baís foi uma pessoa que sempre esteve à frente do seu tempo. É dessa maneira que a responsável pelo museu, localizado na Morada dos Baís e batizado com o nome da artista plástica, define esta que foi uma “pequena grande” mulher. Pequena, pela baixa estatura: a filha do célebre benfeitor do então vilarejo de Campo Grande, Bernardo Franco Baís, media apenas 1.45 m de altura. E grande pelo importante legado que deixou às belas artes não só da Capital, como também do estado de Mato Grosso do Sul, que há cerca de dez anos, tombou as telas da artista como patrimônio estadual.
“Lídia vivenciou os anos 10, 20 e 30, e já nessa época discutia sobre a questão da inclusão social, que era uma coisa que ninguém sabia direito do que se tratava. Além disso, apesar de ser muito católica, procurou conhecer e entender outras religiões, como os rosa-cruzes e a umbanda. E estes esses elementos místicos serviram de forte inspiração para suas pinturas e encontram-se presentes em boa parte de suas obras”, explica Janine Tortorelli, a responsável pelo museu Lídia Baís.
Lídia morou no casarão da Avenida Afonso Pena, hoje Morada dos Baís, entre os anos de 1918 e 1938. Mas, apesar de todo o conforto que o sobrado oferecia, proporcionado pela excelente condição financeira que a família Baís dispunha, Lídia não se sentia à vontade em uma cidade como Campo Grande. “Fazer o quê nessa aldeia?”, ela questionava.
 “Como estudou fora da cidade, e até do país, ela ficava entediada quando vinha para cá. Um dos seus lugares preferidos era São Paulo. Por isso, aproveitando que o trem passava em frente à sua casa, que em certas ocasiões, ela pulava a janela e fugia. Não há comprovação de que isso tenha de fato ocorrido. Mas creio que pelo histórico da Lídia, isso tenha sido possível”, salienta Janine.
A arte de Lídia - Seus primeiros quadros foram pintados por volta do ano de 1915. Nos anos 20, convenceu o pai a deixá-la viajar para estudar pintura no Rio de Janeiro com os professores Osvaldo Teixeira e Henrique Bernardelli. Este último, foi o responsável pela abertura do curso de belas artes na capital fluminense. “Mas no fundo, o Bernardo almejava para Lídia o mesmo destino que tiveram as outras duas filhas, que foi o casamento, os filhos, etc. Ela, no entanto, deixava bem claro que não havia nascido para ser esposa e nem mãe”, conta a curadora.
 Em meados da mesma década, viajou pela Europa, especialmente por Paris, onde recebeu influências do expressionismo e do surrealismo. “Acredito que nessa época, ela até tenha tido acesso ao pintor espanhol Pablo Picasso. Por ser uma mulher muito rica, sem sombra de dúvidas, ela tinha condições de freqüentar os mesmo locais onde a “nata” da sociedade parisiense costumava ir”.
Casamento relâmpago - No início dos anos 30, Lídia retornou à Campo Grande definitivamente. “O pai achava que ela já estava dando muito trabalho, em razão dessas andanças de Lídia pelo mundo. Além disso, ele não havia desistido da idéia de fazê-la casar, isso porque, nessa época, a pintora estava prestes a fazer 30 anos.” Nessa época, Lídia revelou contar com outros talentos além da pintura, e conforme Janine, chegou até mesmo a gravar um disco e a encenar peças teatrais, juntamente com suas irmãs.
Em 1938, Lídia Baís enfim cedeu aos desejos do pai e aceitou se casar com o advogado paulista Arthur Vasconcelos. Mas, com um detalhe: ela alterou seu ano de nascimento para 1910, fazendo todos acreditarem que na época do casamento, estava com apenas 28 anos e não com 38, na verdade. “Esse foi um gesto de pura vaidade”, comenta Janine. Os que acompanharam a história da artista até aqui, podem até ter estranhado o fato de ela ter cedido às pressões da família e ter se casado. Porém, quinze dias após a cerimônia, o casamento foi desfeito. “Além de não haver consumação, outros motivos como o alcoolismo e o excesso de autoridade do marido levaram à anulação do casamento. Para Lídia, o importante era ser feliz da maneira dela”.
Profecia - Após a morte de Bernardo Franco Baís, a família mudou-se do sobrado da Afonso Pena e foi viver em uma casa na esquina da Rua XV de Novembro com a antiga Rua do Padre, hoje, chamada de “Travessa Lídia Baís”. Em 1958, enviou uma carta ao prefeito de São Paulo, Ademar de Barros, solicitando apoio financeiro para a criação de um museu em homenagem à família Baís, que tantas benfeitorias fez à Capital de MS.
Lídia faleceu em outubro de 1985, em razão de um tombo, que a deixou enfraquecida. Muito antes disso, já apresentava sinais de desânimo e desinteresse pela vida, e por isso se isolou, preferindo a companhia de seus animais, e certamente, de sua solidão. Polêmicas à parte, o trabalho de Lídia é hoje admirado não apenas pelos campo-grandenses e sul-mato-grossenses, como também por pessoas vindas de fora. Seus quadros e painéis podem ser vistos tanto na Morada dos Baís e no museu Lídia Baís, quanto no Museu de Arte Contemporânea (MARCO). Neles é possível identificar o divino, o belo, o surreal, o profano. “Por minha causa vocês vão ficar na história”, dizia a artista aos seus familiares. A profecia se concretizou.


Humberto Espíndola
João Pedro

Humberto Augusto Miranda Espíndola (Campo Grande, 4 de abril de 1943) é um artista plástico brasileiro, criador e difusor do tema bovinocultura.
Bacharel em jornalismo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná, Curitiba, em 1965, começa a pintar um ano antes. Também atua no meio teatral e literário universitário.
Painel no Palácio Paiaguás, em Cuiabá.
Espíndola apresenta o tema Bovinocultura em 1967, no IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, em Brasília. No mesmo ano é co-fundador da Associação Mato-Grossense de Arte, em Campo Grande, onde atua até 1972. Em 1973 participa do projeto e criação do Museu de Arte e Cultura Popular (que dirige até 1982) e colabora com o Museu Rondon, ambos da Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá. Em 1974 cria o mural externo, em pintura, granito e mármore, no Palácio Paiaguás, sede do governo estadual de Mato Grosso, e em 1983 é co-fundador do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul. Em 1979 colabora com o livro Artes Plásticas no Centro-Oeste, de Aline Figueiredo, que em 1980 ganha o Prêmio Gonzaga Duque, da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Em 1986 é nomeado primeiro secretário de cultura de Mato Grosso do Sul, permanecendo no cargo até 1990. Em 1996 cria o monumento à Cabeça de Boi, em ferro e aço, com 8 m de altura, na Praça Cuiabá, Campo Grande.
Humberto Espíndola realizou várias exposições, no Brasil e em outros países. Ganha vários prêmios, incluindo o prêmio de melhor do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte. Possui obras em museus como o Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 Prêmios

  • 1968 - Prêmio Prefeitura no III Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul;
  • 1968 - Prêmio Prefeitura Municipal no III Salão de Arte Contemporânea de Campinas;
  • 1968 - Grande Prêmio cidade de Santo André no I Salão de Arte Contemporânea de Santo André;
  • 1968 - Prêmio aquisição no I Salão Oficial de Arte Moderna de Santos, São Paulo;
  • 1969 - Prêmio aquisição na III Exposição Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo;
  • 1969 - Prêmio Prefeitura Municipal no I Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte;
  • 1975 - Prêmio aquisição no II Concurso Nacional de Artes Plásticas da Caixa Econômica de Goiás, Goiânia;
  • 1977 - Prêmio de melhor do ano em pintura, Associação Paulista de Críticos de Arte;
  • 1979 - Prêmio aquisição no XXXV Salão Paranaense de Belas Artes, Curitiba;
  • 1980 - Prêmio aquisição no I Salão Arteboi, Montes Claros, Minas Gerais;
  • 1981 - Prêmio aquisição no I Salão Regional de Arte da Prefeitura Municipal de Goiânia.